quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Duas versões de um mesmo fato

Em 127 minutos de suspense o filme Intrigas de Estado, lançado na ultima quarta-feira (24) tem a direção de Kevin Macdonald e o elenco formado por Russell Crowe, Ben Affleck, Rachel McAdams, Helen Mirren, Robin Wright Penn, Jason Bateman, Jeff Daniels, Michael Berresse, Harry J. Lennix, Josh Mostel, Michael Weston, Barry Shabaka Henley, Viola Davis, David Harbour, Sarah Lord. Os roteiristas Tony Gilroy, Matthew Michael Carnahan e Billy Ray que conseguiram unir duas abordagens de mídias diferentes (impresso e blog) baseadas em um mesmo fato

“Intrigas de Estado” conta, portanto, a história de um assassinato à queima-roupa de um homem e o ferimento de outro que despertaram o interesse de investigação do impresso The Washington Globe. No mesmo período a assessora do deputado Collins que supostamente tinha um caso com ele morreu no metrô – a morte dela foi indicada como suicídio, mas na verdade ela foi assassinada.

Em meio às investigações dos assassinatos, o jornalista, um dos mais experientes do Globe (Russell Crowe) junto com (Della Frye), que trabalhava na parte online do veículo descobriram que a assessora (Sônia Baker) conhecia o rapaz assassinado e tinha alguma relação com ele. A apuração do caso ficou mais intensa com a pressão da editora os jornalistas que tinha que fechar a edição do jornal. Porém, ainda faltava descobrir os motivos e acusado (s) dos crimes. Só que no meio das investigações a única vitima viva foi baleada no hospital, antes que pudesse prestar depoimento. Assim, com as pesquisas, apurações e fontes a equipe do jornal conseguiu descobrir que o deputado tinha, um estranho envolvimento com concessionários da força militar ligados a Pointcop - empresa subsidiária contra a população civil do Iraque e Afeganistão.



Os comunicadores, portanto, conseguiram encontrar e descobrir um grupo de pessoas, empresas que buscavam uma utópica reestruturação da inteligência nacional, voltadas para o terrorismo. A principio Sônia e Collins estão contra essa corporação, entretanto com o decorrer da trama se descobre que ela fazia parte da Pointcop e espionava Collins, repassando as informações para a Point, mas ela se apaixonou por ele e negou passar informações para o grupo que a executou. As funções dessas duas mídias ficam claras uma vez que a editora do jornal comenta que a jornalista de web “é esfomeada, barata e produz uma matéria a cada hora” enquanto o repórter do jornal “é superalimentado, caro demais e muito demorado”. Fatos comprovados no decorrer da produção, por exemplo, quando acontecem os primeiros crimes e o blog já publica informações duvidosas, uma vez que não tinham sido apuradas. A blogueira foi até tendenciosa, quando publicou uma matéria sensacionalista se referindo ao sentimento do político em relação à morte da ex-assessora. É ai, onde percebemos que a mídia online não se preocupa em apurar tanto a informação.



Baseado na minissérie britânica State of Play (2003), produzida pela BBC, Intrigas de Estado conseguiu mostrar a rotina de um jornal em crise – com circulação em queda – e que foi vendido para um grande grupo. A equipe tem o fato, possui profissionais competentes, porém precisa seguir o deadline e “vender jornais” como cobrava a diretora de redação.



Confira o Trailer do filme:

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Desigualdade cibercultural

Twitter, Facebook, Blogs. Quantas milhares de redes sociais nos deparamos atualmente? Nunca foi tão fácil ter acesso à tanta informação e produção de conhecimento. A rapidez, celeridade, agilidade e aptidão, juntamente à tecnologia e curiosidade, vêm transformando a circulação e transmissão de informações na Internet. As notícias se transformaram em definitivos work-in-progress: ajuste, acréscimos, reduções. O tempo é ouro e a velocidade supera as barreiras da veracidade. “Mais dromocracia e menos democracia” já dizia Paul Virilio.

O que o mundo tem vivido atualmente é semelhante a um processo que nos faz lembrar nossas aulas de história, onde as antigas colonizações territoriais eram marcadas por batalhas e guerras. O domínio, como a palavra sugere em sua essência, é objeto dos grandes e é uma arma poderosa. No nosso século, o domínio é dado através da tecnologia e tem como características marcantes a desigualdade e a exclusão.

Ao parar para analisar o surgimento e desenvolvimento da Internet, podemos constatar a hierarquização de acesso às informações. Sistemas são regidos por senhas, protocolos e termos de contrato. Ao se fazer um email, por mais simples que se pense ser o processo, há um termo de contrato a ser lido (o que poucos ou quase nenhum de nós o fez). Há uma centralização de operações de alguém superior e que embora não possamos vê-lo, existe. E mesmo que não possamos vê-lo ou ter contado direto, não quer dizer que a internet possui estrutura descentralizada: existe alguém(s) em posição privilegiada de influência nos rumos da apropriação social da rede.

É um jogo perigoso. Hoje nos tornamos dependentes da internet e os avanços dessa conexão são importantíssimos na sociedade. Esses avanços ultrapassam limites territoriais e temporais, tornando associados a questões políticas e econômicas. E o processo de apropriação dos bens de novas tecnologias (ou informações ou de qualquer outro processo que tenha hierarquia como base) transforma-se em algo como uma espécie de ‘pirâmide social’ de domínio. No caso da Internet, no topo dessa pirâmide estará a elite cibercultural com a máxima capacidade e condições fornecidas pelas novas tecnologias de informação. No centro, aqueles que têm acesso a estas novas tecnologias. Na base, está a grande maioria: os desprovidos de qualquer recurso para acompanhar a velocidade das transformações. Não há espaço e muito menos tempo para a base da desigualdade e é isso que Virilio deixa claro em sua obra: “na cibercultura quem for mais veloz terá acesso a uma posição tecnicamente qualificada no mercado de trabalho, acesso a um rendimento anual médio satisfatório, acesso ao universo interativo da informação, acesso às novas formas de atividades de lazer virtual, acesso, enfim às tendências majoritárias da era em curso”. Um lugar que sonhamos utopicamente ser uma “zona neutra” nada mais é que um grande tabuleiro. Nós somos os peões que jogamos os dados e avançamos as casas de acordo com as regras.

Porém também somos os protagonistas desse jogo de interesses. Do mesmo modo que a elite cibercultural se interessa em investir nas inovações e estar cada vez mais por dentro dos lançamentos do mercado, a classe inferior que tem pouco ou nenhum acesso a internet esta começando a sentir a necessidade de conhecer as novas mídias e se tornarem personagens dessa história, porém nem sempre têm condições de estar ativos nessa mídia. Devido aos constantes lançamentos, quem não tem o novo esta fora de “moda”. É neste sentido que a inclusão digital nunca vai ser igual para todas as pessoas.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Não é colírio, mas são gotinhas

Aconteceu entre junho e agosto de 2011 a campanha nacional de vacinação contra poliomielite. A iniciativa que é do ministério da Saúde, contou com apoio das secretarias estaduais e municipais de Saúde e conseguiu imunizar em todo o Brasil aproximadamente 21 milhões de crianças.
Segundo o Ministério, somente na primeira etapa foram imunizadas 14 milhões de crianças, representando 95% da meta exigida para menores de 5 anos. Já na segunda fase da campanha, que aconteceu no ultimo sábado (07), cerca de 7,2 milhões de crianças foram vacinadas. No total, foram disponibilizadas 48 milhões de doses para as duas fases da campanha.

ATENÇÃO - Pais ou responsáveis que não puderam levar as crianças para tomar a gotinha, durante a campanha, devem procurar os cerca de 115 mil postos de vacinação, montados nas unidades de saúde da rede pública.